Este artigo é uma provocação.
Hoje, o JAH traz para você dois desafios (e um convite) simples:
Desafio 01:
Abra seu buscador preferido no celular ou computador. Na aba de PESQUISA, digite ‘BEBÊ BONITO’. Aperte ENTER. Se não apareceram imagens, digite então IMAGENS DE BEBÊS BONITOS.
O que você vê no resultado de sua busca? Bebês rechonchudos, em sua maioria loiros e quase todos de olhos claros?
Desafio 02:
Caso afirmativo, responda para você mesmo, com sinceridade: você acredita que as imagens que você está vendo foram aleatórias ou escolhidas pelo seu buscador, de acordo com suas próprias preferências, visando apresentar para você uma resposta que você aprecie e goste?
Para ajudar você a responder esta última pergunta, você pode fazer outras pesquisas, antes. Este é o CONVITE: pesquise, por exemplo, Bebês Negros Bonitos. Ou Bebês bonitos – Nigéria. Ou ainda bebês orientais bonitos. Mude a pergunta.
Diversidade: o algoritmo segue um padrão?
Certamente o seu buscador preferido utilizou algoritmos para responder para você, baseado em vários padrões aos quais você nem percebe que está subordinado.
Afinal, foi uma pesquisa tão simples..Mas uma pergunta bem feita pode ajudar a educar os algoritmos, e como prêmio, poderemos observar bebês diferentes, mas igualmente lindos. Podemos ter, como resultado de melhores perguntas, mais diversidade.
Em milésimos de um segundo (meu buscador me ofereceu 6.610.000 respostas, em 0,36 segundos), um buscador avalia nossas preferências pessoais, a cultura do país em que vivemos, a relevância de respostas de acordo com outras pessoas que fazem a mesma pesquisa, e muitos outros fatores que desconhecemos.
Quando entendemos que um buscador percorre todo esse caminho para nos oferecer uma resposta adequada (?) à nossa pergunta, somos levados a pensar que nosso cérebro também faz a mesma coisa conosco. Por isso, devemos lembrar dos vieses inconscientes.
Leia o último artigo do JAH sobre o tema, acesse aqui.
Problemas complexos podem ser resolvidos quando temos Diversidade
Vejamos outro exemplo: quando alguém tem em casa uma filha, chamada Antônia, que tem 9 anos e quer ser chamada de João, e namorar o Jonas, qual dessas alternativas você acha mais comum ou fácil?
A questão é: QUANDO TODO MUNDO ESTÁ PENSANDO IGUAL, NINGUÉM ESTÁ PENSANDO MUITO.
E é disso que DIVERSIDADE se trata.
Só conseguimos resolver problemas complexos através da diversidade, pois ela é facilitadora de novos aprendizados, nos alerta sobre vieses inconscientes, e é capaz de apontar caminhos que não nos seriam possíveis, falando somente com gente igual ou parecida com a gente.
É preciso sair da zona de conforto para ter Diversidade
Sim, é bastante difícil sairmos de zonas confortáveis para o diverso e para o desconhecido. Não é tarefa fácil, mas é uma tarefa possível. E ao final, devemos escolher: queremos realmente entender por que pensamos como pensamos, ou isso dá muito trabalho, então a gente facilita rejeitando a diversidade?
Se a gente se dispõe a discutir um problema complexo de um lugar diferente, que já acolheu a diversidade através de diferentes etnias, idades, opiniões, classes sociais, sexualidades, credos e outras tantas diferenças, talvez a gente possa encontrar experiências diversas que nos ajudem a refletir sobre possíveis outras respostas que aquelas que receberíamos de pessoas mais parecidas conosco.
Acolher a diversidade, afinal, é uma opção. Você pode ou não fazê-lo. E aqui vão alguns motivos pelos quais você pode optar acolhê-la (ou não): Sociais, Humanitários, Políticos, Culturais, Econômicos, Fraternais, Sexuais, Religiosos, Etários, ou até mesmo por curiosidade.
Se você desejar ver outras belezas em bebês que não somente aquelas trazidas pelo algoritmo do seu buscador, em sua próxima busca, você precisará começar mudando a si mesmo, fazendo perguntas de forma diferente das que tem feito. E quando Mahatma Gandhi disse: seja a mudança que você quer ver no mundo, achamos que era disso que ele estava falando.
Boa reflexão.