O açaí é um caso real de capitalismo regenerativo: gera receita, distribui renda, promove inovação e mantém a Amazônia viva.
Economia que nasce da biodiversidade
Só a cadeia produtiva movimenta R$ 6 bilhões/ano no Brasil (FAPESPA, 2025) e coloca o país no centro da tendência global de alimentos funcionais, com projeção de US$ 1,96 bilhão no mercado mundial até 2028 (Mordor Intelligence, 2024).
Em municípios do Pará, o açaí pode representar mais de 60% da renda familiar de ribeirinhos (FAPESPA, 2023).
Floresta em pé como business case
Açaizais bem manejados geram mais receita por hectare do que pecuária extensiva e ainda entregam serviços ecossistêmicos: sequestro de carbono, proteção hídrica, manutenção da biodiversidade (INPE / Embrapa, 2024).
Empregos, inclusão e liderança feminina
A cadeia do açaí emprega mais de 300 mil pessoas na Amazônia (OIT, 2024). O processamento primário é majoritariamente feminino, com cooperativas que ampliam renda e governança local.
Inovação como multiplicador
O que era resíduo virou insumo de alto valor:
- Biochar dos caroços (sequestro de CO₂ + créditos de carbono).
- Cosméticos com óleo de açaí antioxidante (Cadiveu, 2023).
- Suplementos de antocianinas para performance e envelhecimento saudável.
- Tecnologia alimentar (liofilização, microencapsulação).
O pulo do gato: prazer saudável
Enquanto o sorvete tradicional cresce a 15% ao ano, o açaí cresce 70% ao ano (IBGE/Fispal, 2024). A liderança em “healthy indulgence” abre caminho para bebidas funcionais, snacks e formatos de conveniência.
O que falta para destravar o próximo ciclo
- Escala com qualidade (certificações, rastreabilidade).
- Crédito para manejo sustentável e P&D.
- Go-to-market global segmentado (fitness EUA, premium sustentável Europa, longevidade Japão).
O açaí prova que prosperidade econômica, justiça social e preservação ambiental podem andar juntos, não em teoria, mas na prática.
